segunda-feira, 4 de junho de 2012


O Submarino Amarelo
De todas as pessoas do mundo, eu gosto das que se diferenciam. Mas, dessas poucas, consigo deixar o grupo ainda mais restrito:
Cativam-me as pessoas felizes: que sorriem para estranhos e dão bom dia no elevador, que agradecem o atendimento no supermercado e que não te tratam com desprezo por você não usar a roupa mais cara ou morar no melhor condomínio do melhor bairro da capital do mundo. Cativam-me as pessoas que sabem viver a vida: digo, que sabem que a vida é muito mais que aquela festa no sábado, para a qual colocar um vestidinho curtésimo ou um boné novo e pegar geral parece ser essencial. Cativam-me as pessoas que assumem a sua personalidade e tem noção de que o ridículo não é ter cabelo meio roxo e meio azul, mas sim, ser alguém que não é. Cativam-me pessoas criativas e pessoas que se destacam pelo sorriso.  Cativam-me as pessoas que zelam por seu gosto e não deixam se levar por modinhas que vão aos seus extremos constantemente. Cativam-me as pessoas que tomam um porre com os amigos, mas não veem diferença alguma com ver um bom filme tomando suco de laranja com eles. Cativam-me as pessoas que gostam da sua família e dão valor a ela. Cativam-me pessoas que rompem tabus mundiais, como homens cavalheiros que não escondem os sentimentos e as lágrimas e mulheres fortes que batalham e correm atrás, algumas ainda sem perder a delicadeza. E cativam-me, por fim, os loucos assumidos, que estão sempre abertos a te mostrar que você não é o único louco – o que, na verdade, todos no mundo são.
(Sei que citei várias perfeições e vocês devem estar achando que os que me cativam são muitos. Sinto dizer que estão errados).
Talvez, numa imensidão toda azul, viver em um submarino amarelo não seja de todo anormal.

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