domingo, 19 de fevereiro de 2012

"Algumas pessoas são feitas para se apaixonarem, mas não para ficarem juntas."

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Liguei em prantos para o meu psicólogo, e, ao atender, logo gritei: 
"O que eu faço se o céu cair de novo?"
Ele riu e me prometeu que isso não aconteceria. Ainda desesperada, num sussurro, perguntei:
"E se o chão desabar?"
Ele, com voz de quem sorri, disse que ficaria tudo bem e perguntou:
"Há algo mais que te aflige?"
Eu olhei para os lados, com lágrimas de medo nos olhos, tomei um último fôlego e disse:
 "Mas e se eu me apaixonar de novo?"
Nada é esquecido,
Apenas evitado de lembrar.
A memória não é algo que se põe fora,
É algo que continua dentro de nós. Crescendo, se escondendo.
Aquecendo-nos ou esfriando-nos por dentro,
Tentando manter os 36 °C da nossa alma.

"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá, mais se tem."

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


Razões e Emoções (não é a musica do Nx Zero)
Já ouviram a música Hope do Jack Johnson? (http://www.youtube.com/watch?v=WhXs_dNTv_o)
Eu comecei a escutar Jack Johnson a pouco mais de 2 anos. É o tipo de música que te acalma, e é de uma simplicidade que te vicia. Elas te fazem querer estar em uma praia. Mais que querer, elas te fazem se sentir numa praia. E eu gostava das músicas por causa da sensação. Achava também as músicas que ele fez pra sua mulher, Kim, uma graça e era (e sou) apaixonada por elas. Ano passado, meu vício por ele deu uma guinada linda de se ver. Cheguei a ir num show dele e percebi que, não apenas as músicas, mas como o próprio Jack Johnson é de uma simplicidade incrível. 
Porém, tudo o que é demais, acaba sendo de menos. Na metade final do ano passado, passei um tempão sem ouvir NENHUMA música dele. Hoje, eu estava escutando Beatles quando começou a música “Hello Little Girl”. Na hora, me veio na cabeça a música “My Little Girl” do Jack Johnson e comecei a cantarolar baixinho
“Hey little girl, you might not know this song, this is not the kind of song that you can sing along to. But little girl, maybe someday at least that's what all the good people will say. Hey, little girl, look what you've done, you've gone and stole my heart and made it your own”
Daí eu senti um vazio no coração. Eu tinha parado de ouvir as músicas que eu mais gostava de ouvir. Eu acho que sei o porquê, mas não é esse o assunto. E esse “porquê-que-não-é-o-assunto” não podia simplesmente me impedir de ouvir oque eu gosto. Então fiz uma lista de reprodução só de Jack Johnson e ouvi. Repeti, repeti e repeti. Nada melhor do que a sensação de poder fazer oque você gosta.
Pois bem, eu fui ouvindo as músicas dele, até que cheguei numa em especial: Hope. Sempre pensei que tinha um grande mistério nessa música, havia uma parte dela que era simplesmente indecifrável pra mim, eu o resolvi e queria contar pra vocês. Ele é genial, sério.
A música diz assim: 
“It will teach you to love what you're afraid of. After it takes away all that you learn to love.
Traduzido para o português,
“Isso vai te ensinar a amar o que você tem medo. Depois, vai te tirar tudo que você aprendeu a amar.“
Nunca entendia essa parte, mas acho que agora eu consegui. No caso o “it” (ou o “isso”) é o ser racional, pensar e agir com a cabeça e não com o coração. Não sei se vocês me entendem. A música, no meu ver, tem muito desse conflito entre racional e emocional. O racional eliminando tudo que é emocional. 
Na primeira frase, ser racional vai te ensinar a amar tudo o que você tem medo. Ter medo é agir com o coração. Ser racional vai te fazer amar o que é necessário para você. Mesmo que seja uma coisa ruim, uma coisa que você não quer. Ser racional e encontrar uma razão que fará você conviver com essa coisa até que você se acostume e, no caso, não tem mais “medo” e passa a amá-la.
Depois, na segunda frase, agir racionalmente vai te tirar tudo o que você aprendeu a amar. Amar é agir com o coração. Provavelmente ele está se referindo a que as pessoas, hoje em dia, preferem ser racionais a viver pela emoção. E quando se passa para o lado extremamente racional, tudo oque temos de emocional, dos nossos sentimentos e de agir com o coração é eliminado ou escondido, no caso da música, é “tirado” de nós mesmos. Ou também essa preferencia pelo racional pode ter vindo de uma decepção amorosa. 
As vezes, quando passamos por uma decepção emocional, temos a ilusão de que, se formos  o máximo racionais possível, conseguiremos passar por cima dela. O ruim é que as pessoas estão se tornando muito racionais! E é bem sobre isso que a música trata. Percebemos a leve crítica sobre essa sociedade extremamente racional quando ele desfecha essas duas frases com a frase mais genial dele:
“But you don’t always have to hold you head higher than your heart.”
“Mas você não precisa sempre deixar sua cabeça acima do seu coração.”
(eu sempre aconselho todos com essa frase - até a mim mesma-, mas meu sonho é ser aconselhada com essa frase)
Nunca entendia a conexão entre essas tres frases, mas não sei porque eu entendi hoje. Deve ser porque ouvi hoje com uma experiência que faltava antigamente, ou porque amadureci, ou porque simplesmente eu parei pra pensar.
Mas é bem fácil depois que se entende. Se vocês prestam atenção na aula de português, o “but” (ou o “mas”) dá um sentido de oposição, fazendo a oração em que se está empregado se opor à anterior. Ou seja, apesar de a sociedade atual optar muito pela racionalidade que faz (ou ajuda) aquelas duas coisas citadas, ela não deveria usar sempre a cabeça ao invés do coração. Porque as coisas mais belas da vida se obtém através da emoção.
Depois ele completa com 
“You better hope you’re not alone” 
“É melhor esperar que você não fique sozinho”
Porque, como você já sabe, todos que são muito racionais, acabam por preferir a solidão. Porque essa coisa de amizade, amor, é tudo sentimento. Tudo emocional. E ficar sozinho não faz bem a ninguém, apesar de sermos teimosos demais em relação a isso. Alguns racionais acabam por ter laços monetários, onde o interesse é apenas o dinheiro, ou algo que ele pode querer usufruir. Nada de amor, onde o único interesse é amar e, em troca, amado ser.
Então, meu querido Jack, diz que é melhor nós torcermos para não ficarmos sozinhos, no fim de tudo. Porque, as vezes, podemos estar cercados de milhares de pessoas, mas estarmos sozinhos. Existe uma grande diferença entre estar entre uns amigos e entre os teus amigos.
Vivemos numa sociedade onde parece que o amor e o sentimento pelos demais estão extremamente em baixa. “Hope” foi só um modo extremamente simples, apesar de ser um pouco complicado, e genial de criticar isso! 
Só lhe digo uma coisa, você não precisa sempre deixar sua cabeça acima do seu coração.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012


“Amizade é um amor que nunca morre.”
Redundância. Quase pior do que subir pra cima ou descer pra baixo. Desde quando um amor morre ou se extingue? E por quê? Por que ele simplesmente “cansou de ser amor”? Convenhamos.
Muitos negam, mas o amor nunca morre. Você pode simplesmente ignorá-lo, mas ele sempre estará lá. Nem que seja no fundo. Esperando pra te alfinetar de novo a qualquer momento.
Não importa quanto tempo tenha se passado, quantos outros amores passaram pela sua vida. Aquele amor sempre estará lá, e, querendo ou não, você estará sempre esperando por ele. 
Gastamos tanto tempo tentando destruir um sentimento que quando ele alivia damos graças e simplesmente achamos que ele não voltará mais. Ele volta. Na verdade, nunca foi a lugar algum. Por isso é simplesmente impossível não rever um velho melhor amigo sem ficar muito contente. Você o amava e aquele sentimento ainda está lá. Por isso seu coração ainda bate forte quando fala com aquele alguém. Ele ainda está lá.
Na verdade, esse é um bom modo pra responder a pergunta “Será que eu o/a amei?”. Dê um tempo e depois pergunte a seu coração. Ele sabe se ele/a ainda está lá.
Corrigindo a frase inicial, a amizade é equivalente ao amor, aquele mesmo amor que você tem pela sua “metade da laranja”. E para diferenciá-los, cito Rita Lee: “Amor sem sexo é amizade”.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Insuficiência.
Sabe quando uma pessoa é boa demais pra você?
Quando ela é boa demais para todo mundo, parece que ela existe apenas pra fazer do seu mundo um lugar feliz.
Quando ninguém seria oque ela merece.
E você se sente tão bem com ela, que a trata como a um qualquer. Mas ela não é um qualquer.
E não merece isso. Ela merece a melhor pessoa do mundo, que muito provavelmente, não é você.
Aí você culpa o mundo, culpa seus pais, você, e por fim, culpa ela.
Culpa ela tanto por ser tão perfeita que você a odeia.
"Relaxa, ela não é tão boa assim. Você está só apaixonada."
Porque a gente só odeia quem a gente ama, não é verdade?

Será. Talvez.
Hoje eu me senti culpada
Será que o meu jeito pode ter trazido o fim?
Será que estou nesse escuro apenas por causa do meu jeito?
Só percebi isso agora
Talvez nunca tenha sido todas aquelas dificuldades. 
Talvez nunca tenha sido a saudade, a necessidade de seguir em frente.
Talvez, em algum momento, você disse “chega” para mim, em frente ao telefone mudo.
Dito chega para minhas piadas, 
Para minhas ironias 
E para minhas sinceras palavras carinhosas escondidas.
Talvez tão bem escondidas entre as minhas ironias e piadas que você não as percebeu.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Eram 20h17min e passava um pouquinho do minuto em que a casa silenciava. Na verdade, silenciava apenas para Aurora. Havia alguma coisa magica nesses 30 minutos que parecia que todos se esqueciam dela. E isso era ótimo. Mas ela fazia o máximo para garantir essa solidão, desligava o celular, certificava se os pais estavam cuidando de seu irmão menor e ia para o banco do jardim, que, naquele momento, o carro da família estava estacionado no lugar exato para que ninguém a visse deitada no banco. Ela tinha 30 minutos, mais ou menos, até que alguém notasse sua falta. Aurora saiu pela porta dos fundos, as lágrimas já lutavam em seus olhos. Mas ela as engoliu e ainda falou que já voltava e seguiu em silencio até o banquinho do jardim. No momento em que ela sentou, as lágrimas aflitas saíram. Ela estava exausta. De tudo. Como com apenas 17 anos ela tinha a sensação do mundo desabar ao mesmo tempo em que ele estava equilibrado em suas costas? Será que piorava com a idade? Ela não queria nem pensar. Ela havia falhado. Mas no que? No que? Seria mais fácil perguntar no que não havia falhado. Às vezes parecia que era em tudo. Às vezes parecia que era em metade, mas normalmente parecia que era em quase tudo, pois ainda tinha seus amigos e seu irmão menor, que pareciam serem os únicos. E ainda tinha suas músicas. Mas isso não era tudo. A música podia aliviar, a fazer mentir para si mesma, mas seu coração ainda estava vazio. Seu coração não estava mais ali. Havia sido levado por ele. Ela olha para a palma da sua mão. Ela sabia que não devia fazer isso, pois isso sempre traz uma lembrança a ela. Ele. Há uns meses atrás, ele pegou a sua mão e a pôs no peito dele – tá escutando? – ele perguntou a ela, ela assentiu. O coração dele estava disparado, ela lembra os olhos dele sorrindo e conseguia ver seus olhos brilhando através do reflexo do olhar dele. Havia acabado de acontecer o inesperado, e ela nunca poderia estar tão feliz na vida dela. Uma lembrança para sempre guardada. Na palma da sua mão. Que agora estava aqui, fazendo parte da solidão das oito e quinze. Um sorriso havia aparecido em seus lábios e seus olhos, ela podia sentir, estavam brilhando, do mesmo modo como ela os viu no olhar dele. O olhar dele. As lágrimas lutaram de novo. Ela tentou combate-las, mas afinal, eram oito e quinze e ela podia. Ela chorou. Do mesmo modo que se permitiu chorar nos últimos quatro meses. Havia uma força dentro dela que queria parar de chorar, mas havia outra que não permitia, e ela era mais forte. Aurora tinha medo de ser assim sempre, não queria chorar todo dia para sempre.

Bom dia.
Tanto clichê de recomeço por aí...
-Fim do ano, comece o ano novo com o pé direito, comprando uma casa nova. Venha recomeçar com um novo emprego! Compre esta incrível geladeira com a primeira parcela só depois do inicio do ano novo!-
Levam a história de recomeçar para um lado tão materialista que dá um nojo.
Eu considero essa história de ano novo como apenas um apelo ao consumismo. Como se pegassem um ano inteiro e enchessem ele de esperanças para que as pessoas se iludam e apostem todo o seu dinheiro tentando fazer dele o melhor do melhor dos anos. 
Será que não percebem que elas querem que não só o ano novo seja o melhor, como toda a vida? Para isso teriam que continuar investindo e investindo atrás de uma felicidade instantânea que parece ser garantida apenas com aquele carro-de-cambio-automático-e-quatro-portas ou com aquela casa-de-dois-andares-com-piscina-e-banheira-de-hidromassagem. Mas e quando você tiver tudo o que deseja? Sua vida vai continuar, os anos vão se renovando. E você? Fará oque?
Não sei se já perceberam, mas eu estou tomando um novo rumo nesse texto, sobre a tal “procura pela felicidade”. Mas se vocês querem realmente saber, recomeçar e procurar pela felicidade são duas coisas extremamente paralelas, são diferentes, mas seguem o mesmo caminho. Recomeçamos para sermos mais felizes, para dar certo. E procuramos pela felicidade, para, bom, dar certo e sermos mais felizes.
Não gosto de imaginar o recomeço como um “ano novo” da nossa vida. Acho que recomeços são mais constantes que se imagina, já parou pra pensar quantos recomeços você já fundou? 
O recomeço mais esperto da sua vida após aquele falso amigo que te passou a perna. 
O recomeço mais forte depois daquela desilusão amorosa. 
O recomeço mais persistente após aquele grande objetivo não alcançado, como uma reprovação em um ano escolar ou em um vestibular, ou até ir mal em uma prova. 
Por toda essa movimentação na nossa vida, eu prefiro encarar um recomeço como um novo dia. Não importa quantas dificuldades você passou ontem (ou no passado), a vida te dá um novo dia inteiro (ou o presente) para você seguir em frente e consertar -do modo que melhor te convir- o que não funcionou ontem, para assim fazer um amanhã (ou um futuro) mais feliz e mais certo pra você.






Bom dia, são 23h54min, e eu decidi recomeçar.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ok, agora vamos dar um time no blog...
Bom, os meus posts costumam ser mais abrangentes, sobre assuntos os quais mais gente pode ter passado por eles. Raramente são extremamente ligados a algo que aconteceu comigo, ou acontece. Mas quando são, são repletos de indiretas. Bom, hoje farei uma exceção. Vou ser bem direta e reta (?). 
Hoje é aniversário de um dos meus bens mais preciosos, o John, o Joãozinho, o Juanes, o João Lucas Carneiro Lucchese. 
Bom, primeiramente tenho que dizer que temos bem mais em comum do que apenas o sobrenome e o sangue. Temos muito mais em comum do que muitos amigos podem ter, temos muito em comum, como irmãos. Na verdade, eu o considero mais que um irmão, se é que isso é possível. Tudo o que acontece que vai intrometer ele no meio, eu sempre penso mais que mil vezes pra ver os riscos, onde ele pode se chatear, se vai machucar... E quando ele se machuca, meu deus, saiam da frente. Eu faço qualquer coisa pra detonar com o desgraçado filho da puta que o fez, e se fui eu, bom, eu simplesmente me sinto a maior idiota do mundo e faço qualquer bobice pra fazer ele rir de novo.
 Quando digo machucar, quero dizer indiretamente, pois não posso simplesmente lhe dar um soco, porque tem o lance da distância. Se bem que agora diminuída devido ao túnel. 
Antes que comecem a dizer "ah tu tá apaixonada" sim eu estou, eu sou completamente apaixonada pelo meu joão. E mato qualquer garota que partir o coração dele. 
(Essa é outra coisa que temos em comum, João, essa coisa de proteção, só que eu demonstro menos)
Mas também tenho muita coisa pra agradecer, por que realmente não sei se tem alguém que me atura mais que ele. Ele escuta tudo que eu tenho pra falar (e olha que eu falo muito, não é a toa que fiz um blog), e escuta no outro dia eu dizer as mesmas coisas só que de um modo mais dramático ainda para ver se ele percebe o quanto mal eu ainda estou. E ele sempre percebe. E ele sempre consegue fazer eu me sentir melhor. E sempre de um modo fofo, isso que me surpreende, caramba, depois de tantos consolos, como ainda parece ser sempre diferente e melhor?
Eu agradeço, João, além disso, por ter nascido tua prima. Por que fala sério, teria sido difícil demais eu ter um guri tão fofo quanto tu, que é capaz de me cativar tanto, ainda mais contigo morando longe!
E sobre essa coisa de distancia, já falei do tipo de distancia quando duas pessoas estão perto, mas ainda estão longe, tenho mais pra dizer: a nossa distancia é do tipo ao contrário: estamos longe, mas estamos perto.
E obrigada por ser assim. Obrigada demais. Tu me faz um bem descomunal.
(Claro que nessa história tem a Sofia e o Tobias Lucchese -mas não é o aniversário deles ainda)
Eu juro, @jllucchese, que se eu tivesse uma guitarra, baixo, violão, pandeiro, triangulo, bateria, banjo, tambor, soubesse cantar ou assobiar eu faria um cover de alguma musica de presente de aniversário a distancia. Quer dizer, eu tenho uma flauta, mas ninguém quer me ouvir tocar Asa Branca ou Bambalalão.
Então vou divulgar mais uma vez um negócio de qualidade que o pessoal todo tem que ver, por que esse cara sim sabe oque faz! http://www.youtube.com/user/jojujo12
E tenho mais a dizer, EU TE AMO! Continua comigo sempre sempre sempre sempre sempre sempre!


beijos beijos


p.s.: 2 covers pra ti:


(agora finja que eu estou cantando e tocando bem enquanto tu ouve)



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sonhar acordado.

Porque você para de sonhar quando acorda?
Ao invés de acordar e se deparar com o céu cinza
Sonhe um dia azul
Ao invés de passar o dia emburrado com problemas passageiros
Sonhe uma solução e sorria
Sua vida vale muito mais a pena se você fizer dela um sonho.

“All we are is dust in the wind”.
Quem dera eu fosse algo mais que apenas poeira no vento.
Quem dera eu poder controlar meu curso em meio às tempestades,
Que lançam e jogam a poeira para qualquer lugar.
E quando o vento para, temos apenas que aceitar a sua ação.
E tentar nos acostumar a nossa nova posição.
Apenas aceitar e nos redimir as vontades do vento.
O vento é o tempo. O tempo nos joga, nos espalha, nos controla. 
Somos apenas poeiras, marionetes do tempo.
Quem dera eu fosse pedra e contra o vento poder lutar.
Combater de frente, ficar simplesmente onde eu quero.
Sentir a brisa refrescar meu rosto no lugar e momento onde eu resolvi ficar.


Agora Aurora cansou. Na verdade, cansou faz umas duas semanas. Tirou o telefone do gancho e desconectou o computador de uma maneira que ela não saberia conectar novamente. Mas abriu as cortinas, deixou as cortinas bem abertas. Não se importava mais com o tempo fechado. Não se importava mais com o chão frio, agora andava de pés descalços. Não se importava com mais nada. Só não queria uma única coisa: mais decepções. Bom, se querem realmente saber, Aurora não se importava mais nem com isso – venham, digam o que quiserem, doa o que doer. Só, por favor, se tens algo para falar, fale. Saía para trabalhar cedo, e lá tinha que falsificar sua felicidade. E parecia que ninguém percebia. Bom dia, ela dizia, mas ninguém respondia. Antes dessas duas semanas, Aurora se esforçava, conversava, sorria, encorajava e sempre parecia bem, mesmo estando horrível por dentro. Agora Aurora cansou. Ainda sorria e dava bom dia para não perder o emprego. Encontrava velhos amigos na rua e nem eles pareciam perceber como ela estava por dentro. Seus sapatos machucavam. O chiclete perdia o gosto. O céu estava nublado. Tudo estava errado. Preferia estar em casa, sozinha. Ontem, ela chegou em casa e largou a bolsa pesada no sofá, tirou os sapatos que machucavam e olhou para suas unhas. Havia passado mais um dia e ela esquecera novamente de comprar a acetona, mas ela não se importava mais. Ela mentia para si mesma. Ela mentiu todas as últimas linhas pra vocês. Ela cansou, claro, mas não deixou de se importar. Quando a dor vira mágoa, ela incomoda. Simplesmente incomoda. Irrita, não permite que a esquecemos. Ela olhou para o telefone fora do gancho. Lágrimas incontroláveis vieram a seus olhos, mas ela havia prometido a si mesma não chorar mais. Não por esse vazio que a persegue nos últimos meses. Não por ele. Engole as lágrimas, porém, dentro de si, sente a mágoa irritante. Ela grita. Ela machuca, mais que os sapatos. Talvez não sejam eles que sempre a machucaram, e sim a mágoa. Sente uma vontade incontrolável de gritar, ela pega o travesseiro mais próximo e abafa o grito nele. Não aguentava mais o fato de não ter falado. De ter sido ela quem, talvez, estragou tudo. Ela sabia que tinha que fazer uma coisa, e agora. Seu cérebro gritava para ela não o fazer, mas o lado esquerdo do peito falava calorosamente – vá, é o certo, faça. Ela pegou o telefone. As lágrimas subiram aos seus olhos enquanto ela digitava aqueles oito números, coisa que fazia rindo antigamente. Seu coração disparou quando o outro lado da linha atendeu e falou com a voz que seu ouvido mais desejava ouvir nos últimos meses - Alô. Seu corpo estremeceu, por um minuto pensou em desistir, em desligar, em jogar tudo para o alto e continuar com os sapatos apertados, o chiclete sem gosto e as unhas descascadas até a próxima maré de coragem chegar. Alô? – aquela voz que fazia seu coração disparar disse de novo. Era agora ou nunca e ela não aguentava mais um dia com os sapatos apertados. Era agora.
                                                               “Eu também te amei.”
E desligou. Com lágrimas nos olhos e sem tchau, beijos e até amanha. Sem palavras carinhosas e sinto sua falta. Apesar de tudo, Aurora estava orgulhosa de si mesma. Colocou os chinelos mais confortáveis que tinha, jogou o chiclete fora e foi até a farmácia comprar uma acetona, agora que o sol voltava a surgir.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Distância distante.
Distância. Distância não é apenas estrada asfaltada, de terra batida ou de paralelepípedos. Não são apenas oceanos, mares e ares. Não são estados, países, continentes. Só basta que duas pessoas estejam apenas distantes. Distante. Não necessariamente do modo físico, pois, por mais que negamos e reelevamos o tempo todo, a distancia mais comum é a que vem de dentro. A distância mais doída, ardida. Como se o clima esfriasse, o tempo fechasse e dois grandes amigos simplesmente não tem mais o que falar. O que é impossível. O que faz dois grandes amigos se afastarem? O que faz ser tão ardida uma coisa que nem fundamento tem? Aonde posso procurar por respostas?


Estou distante, repleta de milhas de distância de uma pessoa que não tem fundamento para estar longe.